extraterrestres estão tentando nos contactar?
Um novo estudo mostra que alguns sinais extremamente fortes e
misteriosos estão sendo disparados continuamente de fora da Via Láctea.
São pulsos eletromagnéticos muito rápidos e de intensa energia, mas cuja
origem ainda é desconhecida pelos cientistas.
A descoberta foi feita por uma equipe internacional de pesquisadores que já detectou uma série de quatro pulsos desse tipo.
Devido à altíssima velocidade, os eventos foram batizados de FRBs (Fast
Radio Bursts, ou Rajadas Rápidas de Radioemissão). De acordo com o
estudo, cada pulso tem duração de apenas alguns centésimos de segundo e
apesar do pequeno tempo de duração, têm a mesma energia que a emitida
pelo Sol em 300 mil anos.
Ainda não se sabe qual a origem
desses pulsos, mas segundo o cientista Dan Thornton, ligado à University
of Manchester, na Inglaterra, a emissão está localizada entre 5.5 e 10
bilhões de anos-luz de distância, o que significa que os pulsos levaram
esse mesmo tempo para chegar até a Terra. Para comparação, a idade
estimada do Universo é de 13.8 bilhões de anos.
Sinais extragalácticos
Apesar desses objetos terem sido descobertos agora (apenas quarto foram
detectados) os cálculos mostram que a cada 10 segundos pelo menos 1 FRB
é emitido em algum lugar do Universo.
De acordo com estudo,
publicado recentemente na revista Science, não há qualquer objeto
similar a esse que já tenha sido observado nos comprimentos de onda da
luz visível, raios-x ou raios gama. Segundo o artigo, os pulsos são tão
intensos e estreitos que será possível delimitar o local de sua emissão
com margem de erro de poucas centenas de quilômetros.
"Não há
qualquer dúvida de que esses eventos têm origem extragaláctica", disse
Thornton. “O problema é que até agora não conseguimos identificar a
fonte desses sinais", explicou.
Difícil Detecção
Apesar da grande quantidade de pulsos que pode acontecer a cada segundo,
o tempo extremamente curto de cada emissão é o maior empecilho para que
possam ser observados.
O primeiro pulso de FRB foi detectado
em 2007 e deixou os cientistas bastante intrigados sobre sua origem. Por
ser tão efêmero, alguns até questionaram sua existência.
Nos
últimos quatro anos, a equipe de Thornton passou a vasculhar o céu com a
ajuda do radiotelescópio Parkes de 64 metros, localizado na Austrália. O
objetivo é pesquisar abaixo do plano da Via Láctea pelos objetos mais
poderosos do Universo: as estrelas de nêutrons ou pulsares.
O
uso do radiotelescópio Parkes é essencial, pois o equipamento consegue
observar uma região fixa do céu por um longo tempo, o que é ideal para a
captura dos FRBs.
"Em algum momento nós vamos encontrar um
deles no campo de visão do radiotelescópio e poderemos determinar a sua
localização", disse Thornton.
Mistérios
Os recentes
FRBs foram detectados acima do plano da Galáxia e as operações de
acompanhamento feitas durante um ano demonstraram que os sinais não
parecem ser repetitivos.
Thorton explicou que todos os esforços
estão sendo feitos para que a detecção seja feita em tempo real e não
através de análise de dados. Isso permitirá que o evento seja seguido
quase que instantaneamente. Para o pesquisador, o ideal seria um
acompanhamento em uma grande variedade de comprimentos de onda, o que
proporcionaria uma visão mais aprofundada sobre o que impulsiona essas
explosões tão poderosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário