Os pesquisadores disseram que precisam
de mais dados para entender por que as novas medidas do tamanho dos
prótons não correspondem com as antigas.
“A discrepância é muito grave”, disse
Randolf Pohl, cientista do Instituto Max Planck. “Não sabemos se há
algum erro ou se há a necessidade do desenvolvimento de novas teorias
físicas.
O incrível encolhimento do próton
O próton é uma partícula de carga
positiva no núcleo atômico – os blocos de construção de toda a matéria
do universo. Anos de medições atrelaram o próton em um tamanho de 0,8768
femtômetros de raio (um femtômetro equivale a um milionésimo de um
bilionésimo de metro).
Mas um novo método utilizado em 2009
revelou uma medida diferente: 0,84087 femtômetros , uma diferença de 4%,
algo notável para os padrões físicos.
As medições anteriores haviam usado
elétrons, partículas de carga negativa que orbitam o núcleo do átomo,
para determinar o raio do próton. Para fazer a medição com os elétrons,
os pesquisadores podem dispará-los em prótons para medir como os
elétrons são desviados. Este método fornece informações sobre o tamanho
do próton positivamente carregado.
Outra alternativa é tentar fazer o
movimento de elétrons, que orbitam o núcleo de um átomo, onde prótons
residem em diferentes níveis orbitais. Eles podem saltar de órbita para
outra, aumentando ou diminuindo sua energia, e liberando ou não uma
partícula elementar de luz chamada fóton. A quantidade de energia
necessária para mover um elétron de órbita para outra pode revelar o
tamanho do próton.
Pohl e seus colegas não utilizaram
somente elétrons em suas medidas do próton. Em vez disso, eles se
voltaram para outra partícula de carga negativa chamada múon, que é 200
vezes mais pesada do que um elétron, por isso orbita o próton 200 vezes
mais perto, facilitando a medição da partícula.
Possíveis explicações
Estas medidas do múon deram um resultado
totalmente inesperado para o tamanho do raio do próton, Pohl disse.
Agora, os físicos estão buscando explicar as discrepâncias.
Uma possibilidade é que as medições
estão simplesmente erradas. Pohl disse que esta “explicação chata” é a
mais provável, mas nem todos os físicos concordam.
Assim, a discrepância pode revelar uma
nova física não explicada pelo Modelo Padrão. Talvez haja algo de
desconhecido sobre como múons e elétrons interagem com outras
partículas, disse John Arrington, físico do Laboratório Nacional
Argonne, em Illinois.
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